sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Dilma diz que combate passa por combate ao crime organizado

A presidente reafirmou a prevenção, assistência e apoio ao drogado, e reinserção dele na sociedade. O governo prepara um mapa do crack





Em discurso de improviso em Brasília na abertura do seminário de implantação dos Centros Regionais de Referência em crack e outras drogas, a presidente Dilma Rousseff disse que a luta pela erradicação do uso de entorpecentes “passa pelo combate ao crime organizado, através de controle de fronteiras”. Para a presidente, que defendeu também “um reforço ainda maior da Polícia Federal”, é preciso que seja feito “um combate sem quartel às drogas, tanto na entrada delas pelas fronteiras como nas estruturas de distribuição ligadas ao crime organizado, nas cidades”.

Dilma, que classificou como preocupante o quadro existente no País, afirmou que é preciso agir em três eixos nesta política de combate às drogas: prevenção, assistência e apoio ao drogado, com tratamento especializado e reinserção dele na sociedade.

A intenção do governo é formar 14,6 mil profissionais nos centros de referência de 46 universidades federais e estaduais, para auxiliar os dependentes e seus parentes no tratamento. A presidente salientou que seu governo “vai combater sistematicamente” as drogas, lembrando os males do crack, em especial, “por ser uma droga extremamente danosa, que contribui para a desagregação da personalidade e vínculos pessoais, deixando a juventude vulnerável”.

Em abril, o governo pretende divulgar um mapa da incidência do crack no Brasil, para ajudar no combate ao seu uso e ingresso no País. Cada projeto de capacitação de 300 profissionais que serão habilitados a lidar com usuários e seus parentes receberá até R$ 300 mil do Fundo Nacional Antidrogas. Depois de um ano o governo espera ter formado 14,6 mil profissionais, em 844 municípios de 19 estados brasileiros.

Os cursos vão abordar o gerenciamento de casos, a reinserção social e o aconselhamento motivacional, bem como o aperfeiçoamento de médicos atuantes no Programa de Saúde em Família (PSF), no Núcleo de Assistência à Saúde da Família (Nasf) e profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (Suas). O plano prevê, também, a ampliação do número de leitos de internação de usuários. (das agências de notícias)

Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Um estudo da Universidade Federal de São Paulo inédito na literatura médica mostrou que os usuários de crack ficam mais tempo presos do que em tratamento contra a droga. Em média, usuários ficam presos por um ano e oito meses. Em tratamento chegam a passar até três meses.



Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/brasil/2011/02/18/noticiabrasiljornal,2103873/dilma-diz-que-luta-passa-por-combate-ao-crime-organizado.shtml

domingo, 13 de fevereiro de 2011

Fortaleza - Associação quer construir sede para abrigar crianças



O nim é uma planta que cresce rápido, é resistente à seca e traz muitos benefícios para o homem tanto no controle das pragas como na fabricação de medicamentos. Pois foi uma muda dessa planta de origem indiana que foi plantada neste sábado simbolizando a pedra fundamental da sede da Associação Beija-Flor-Funface, entidade que será instalada no Condomínio Espiritual Uirapuru (CEU), no Castelão.

A nova entidade, integrando as 18 existentes no CEU, vai prestar assistência aos portadores de fissura, lábio palatal e outros deformidades faciais, tanto crianças como adultos. “Estima-se que, no Ceará, existam 12.592 pessoas com deformidades faciais e esse número pode ser maior se considerarmos que um em cada 500 nascidos sejam portadores dessas deformidades, o que seria 220 novos por ano”, relata o diretor da Associação Beija-Flor-Funface, José Ferreira, que é cirurgião dentista.

Ele, a presidente da Associação, Raquel Nascimento da Silva, a vice-presidente Danielle Souto, a primeira tesoureira Evelin Gondim e o engenheiro civil responsável pela obra da sede da Associação, Mário Costa de Oliveira Neto participaram do plantio da árvore que simboliza o objetivo da entidade: o desenvolvimento de políticas e pesquisas, o crescimento do número de pessoas atendidas num local que atenda a todos desde a infância até a fase adulta reintegrando socialmente esses pacientes.

Evelin, que também é co-fundadora da Associação, emocionou-se ao lembrar do início do projeto pelo médico João José Carvalho, em 1996, no Hospital Infantil Albert Sabin. “Começamos chamando o projeto de Primeiro Sorriso, depois vieram os mutirões da Operação Sorriso e agora são 28 profissionais que operam 20 crianças todos os meses. Felizmente, não há atualmente demanda reprimida”. Evelin disse que o sonho agora é a construção do Centro Especializado de Reabilitação Integral no CEU.

O quê

ENTENDA A NOTÍCIAA associação Beija-Flor-Funface foi criada em 2002 por profissionais do Hospital Infantil Albert Sabin para cuidar de pacientes com deformidades faciais do Ceará. Atualmente são assistidos 120 pacientes por mês e 30 são auxiliados, mensalmente, no pós-operatório. 


Rita Célia Faheina
ritacelia@opovo.com.br

Fonte: http://www.opovo.com.br/app/opovo/fortaleza/2011/02/12/noticiafortalezajornal,2101541/associacao-quer-construir-sede-para-abrigar-criancas.shtml

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

Fundo Especial - Recursos para vítimas das drogas

O projeto de indicação após aprovado pelos deputados é mandado ao governador que pode ou não aceitá-lo
O deputado Roberto Mesquita (PV) sugeriu, ontem, durante pronunciamento na Assembleia Legislativa, a criação de um Fundo Especial de Combate às Drogas no Ceará. A ideia foi apresentada através de um projeto de indicação. O parlamentar diz que essa iniciativa visa auxiliar e cooperar com as atividades de prevenção, fiscalização e combate ao tráfico e uso de substâncias entorpecentes.

O assunto puxado pelo parlamentar não é novo no plenário da Casa. Na legislatura passada vários deputados foram à tribuna defender novas políticas públicas de combate às drogas, principalmente ao crack. O deputado Fernando Hugo (PSDB) foi um dos que levantaram a voz, em várias oportunidades, em favor da criação de clínicas estaduais para a recuperação das vítimas das drogas.

Roberto Mesquita explica que o recurso para esse Fundo viria de 1% do que é recolhido de ICSM pelo Estado, que de acordo com ele, hoje é da ordem de R$ 6 bilhões por ano. "Teríamos um fundo de R$ 60 milhões por ano para tratarmos de viciados e combatermos e enfrentarmos o mau do século", disse.

No seu entendimento, tal iniciativa iria gerar lucro ao Estado, ponderando que combatendo o crack o Governo gasta menos com a segurança pública e menos com a saúde. "Tornaremos mais saudável essa geração acometida pelo uso da droga".

Interessante
Assim como Roberto Mesquita, a deputada Eliane Novais (PSB) também reivindicou mais atenção a essa problemática. A parlamentar, que já traz da Câmara Municipal de Fortaleza, a experiência de ter criado e presidido a Frente Parlamentar de Combate ao Crack, informa que somente o uso da pedra movimenta um mercado de R$ 5 milhões por dia no Ceará.

"O Estado deve amparar e compreender os usuários enquanto vítimas da droga, investir em políticas preventivas e de inclusão social e econômica e em campanhas educativas nas escolas e nos mais variados espaços públicos das nossas cidades", defendeu.

O líder do Governo na Assembleia, deputado Antônio Carlos (PT), disse que achou interessante a sugestão do deputado Roberto Mesquita para a criação de um Fundo Especial de Combate às Drogas no Ceará e prometeu intermediar junto ao Governo a possibilidade de por essa ideia em prática.

Ele garante que o Executivo está articulando outras ações de combate às drogas, como a criação de um consórcio metropolitano de políticas públicas da juventude contra o crack. Ele avisa que por enquanto essa iniciativa ainda está em fase de elaboração e que o Estado ainda promoverá um seminário, que até o momento não tem data definida, para discutir a criação desse consórcio.

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=931957

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

Reforço escolar pode ser uma das soluções



Com a problemática da defasagem escolar, gestores apostam no ensino individualizado e na complementação

Se os dados da pesquisa levantada pelo Movimento Todos pela Educação sobre os índices de defasagem são desanimadores, os gestores públicos devem ser os responsáveis por uma atitude urgente, a fim de que as salas de aulas não se esvaziem ainda mais. Os reforços escolares podem ser uma saída, afirma o coordenador de ensino Fundamental e Médio da Secretaria Municipal de Educação (SME) de Fortaleza, Arlindo Araujo.

"Acredito que a mudança nos modelos de avaliação e a oportunidade de participar de reforços podem auxiliar os alunos a enfrentar suas dificuldades e, assim, não repetirem o ano ou ficarem tentados a sair do colégio", comenta o gestor.

Distorção
Para ele, ainda há um atraso muito grande de alunos que já deveriam ter terminado os estudos o que favorece muito a distorção idade-série. Arlindo acredita que não é só papel da escola manter os adolescentes na entidade.

"Há ainda uma falta de estímulo da família, um apoio de que a educação traz possibilidades de futuro. Sem um suporte, por que o jovem vai continuar?", questiona.

Em outra pesquisa feita pelo Movimento Todos pela Educação, os dados revelam que a problemática não é recente. Dentre as cinco metas para a educação, apontadas pelo grupo, está a superação do problema. Entretanto, os números já não são otimistas desde 2009.

As últimas taxas de distorção no Nordeste são: 32,5% no Fundamental e 40,2% no Médio. "Tem crescido a cada ano. Muitos professores, infelizmente, acabam vendo o abandono dos estudos como algo natural", critica o coordenador.

Entre as iniciativas para o enfrentamento da questão estão dois projetos de reforço e complementação escolar para aqueles que estão com dificuldades de seguir o ritmo dos demais e não conseguem ler, escrever ou efetuar contas com facilidade. A SME tem o projeto Correção de Fluxo e o Mais Educação com aulas extras para quem desejam entrar em escolas profissionalizantes.

A Secretaria da Educação do Ceará (Seduc) apresentou também suas ações. Há o Alfabetização na Idade Certa (PAIC), a Superintendência Escolar e o Professor Diretor de Turma que visam a construção de uma escola com objetivos de acesso, de permanência do aluno, evitando a evasão, além do sucesso e a formação do cidadão.

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=928540

Ensino Médio: 45,5% dos alunos fora de faixa

Especialista alerta que as escolas públicas estaduais e municipais não oferecem ensino atrativo e falta apoio, estrutura escolar para ajudar o aluno a não se desanimar
FOTO: ALANA ANDRADE (03/11/2010)

Índices de atraso e repetência, tanto em Fortaleza quanto nos outros municípios, estão acima da média nacional
A diarista Suely Galvão, 30, abandonou os estudos para trabalhar quando tinha apenas 12 anos. Suely não é a única, ela compõe a estatística daqueles que tiveram que "largar" a escola ou repetir o ano por várias vezes. Pesquisa realizada pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais (Inep), divulgada ontem pelo Movimento Todos pela Educação, mostra a situação em Fortaleza: 45,4% de alunos do Ensino Médio público estão em defasagem (fora de faixa) junto com outros 35,9% do Ensino Fundamental.

Os índices de evasão e repetência estão acima da média brasileira. Em âmbito nacional 23 em cada cem alunos do ensino Fundamental não conseguiram terminar estudos no tempo correto, um total de 23,3%. No Ceará, esse número é maior, 24,8%, enquanto que em Fortaleza é de 26%.

"Esses dados revelam uma situação já muito antiga e que nunca foi priorizada. Falta um olhar mais atento e um ensino mais individualizado que atente para as dificuldades e os problemas que fazem os alunos atrasarem os estudos, repetirem ou saírem da escola". O alerta é da professora de Pedagogia da Universidade Estadual do Ceará (Uece), Célia Maria Machado.

Para ela, as escolas públicas, tanto municipais quanto estaduais, não oferecem um ensino atrativo. "Os professores não sabem lidar com os problemas de cada um. Falta apoio, estrutura escolar para ajudar o aluno a não se desanimar, fazer com que ele consiga enfrentar seus problemas e se empolgue com a vida escolar", critica a professora da Uece.

Mas como garantir a permanência e evitar a repetição? Para o membro da coordenação do Sindicato dos Professores do Ceará (Apeoc), Anísio Melo, a solução passa por várias questões: maior disponibilidade dos professores com o ensino mais individualizado, melhor acompanhamento e possibilidade de um estudo integral para complementação e superação das dificuldades que "expulsam" os jovens. "Muitos abandonam ou atrasam para terem que trabalhar, por terem tido filhos, por desânimo e falta de visão de futuro. Há que se ter mais apoio", ressalta Melo.

Para ele, tudo passa pelo financiamento da educação que, atualmente, segundo o militante, está com um total de 5% do Produto Interno Bruto (PIB). O Apeoc quer ampliar para 10%.

E a diarista Suely Galvão, que foi obrigada a largar os estudos na 5ª série, continua a sonhar com o dia em que poderá estudar novamente e quem sabe ajudar seus filhos a ler. "Se a vida deixar, eu quero terminar os ensinos e voltar para a sala de aula já no próximo ano. É uma chance que vou dar para meu futuro", diz otimista a jovem, mãe de quatro garotos.

Apesar desse cenário, o Ceará ainda está em situação melhor que os demais Estados do Nordeste: é o primeiro no "ranking" com menor defasagem, tendo a Bahia (36,4%) e Pernambuco (48,4%) com maiores índices, respectivamente, no ensino fundamental e médio.

IVNA GIRÃO

REPÓRTER

Fonte: http://diariodonordeste.globo.com/materia.asp?codigo=928532