Em discurso de improviso em Brasília na abertura do seminário de implantação dos Centros Regionais de Referência em crack e outras drogas, a presidente Dilma Rousseff disse que a luta pela erradicação do uso de entorpecentes “passa pelo combate ao crime organizado, através de controle de fronteiras”. Para a presidente, que defendeu também “um reforço ainda maior da Polícia Federal”, é preciso que seja feito “um combate sem quartel às drogas, tanto na entrada delas pelas fronteiras como nas estruturas de distribuição ligadas ao crime organizado, nas cidades”.
Dilma, que classificou como preocupante o quadro existente no País, afirmou que é preciso agir em três eixos nesta política de combate às drogas: prevenção, assistência e apoio ao drogado, com tratamento especializado e reinserção dele na sociedade.
A intenção do governo é formar 14,6 mil profissionais nos centros de referência de 46 universidades federais e estaduais, para auxiliar os dependentes e seus parentes no tratamento. A presidente salientou que seu governo “vai combater sistematicamente” as drogas, lembrando os males do crack, em especial, “por ser uma droga extremamente danosa, que contribui para a desagregação da personalidade e vínculos pessoais, deixando a juventude vulnerável”.
Em abril, o governo pretende divulgar um mapa da incidência do crack no Brasil, para ajudar no combate ao seu uso e ingresso no País. Cada projeto de capacitação de 300 profissionais que serão habilitados a lidar com usuários e seus parentes receberá até R$ 300 mil do Fundo Nacional Antidrogas. Depois de um ano o governo espera ter formado 14,6 mil profissionais, em 844 municípios de 19 estados brasileiros.
Os cursos vão abordar o gerenciamento de casos, a reinserção social e o aconselhamento motivacional, bem como o aperfeiçoamento de médicos atuantes no Programa de Saúde em Família (PSF), no Núcleo de Assistência à Saúde da Família (Nasf) e profissionais do Sistema Único de Saúde (SUS) e do Sistema Único de Assistência Social (Suas). O plano prevê, também, a ampliação do número de leitos de internação de usuários. (das agências de notícias)
Por quê
ENTENDA A NOTÍCIA
Um estudo da Universidade Federal de São Paulo inédito na literatura médica mostrou que os usuários de crack ficam mais tempo presos do que em tratamento contra a droga. Em média, usuários ficam presos por um ano e oito meses. Em tratamento chegam a passar até três meses.